quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Depois de tudo... Prevenção/Antes de tudo, PREVENÇÃO



Depois da tão falada tragédia que já matou 239 jovens, as ações de fiscalização estão sendo deflagradas e ninguém sabe se vão continuar ou se é somente agora durante a comoção que tomou conta do país. Todos estão falando em prevenção de acidentes. Centenas de boates, casas de espetáculos, foram fechadas e multadas. É só agora ou agora é pra valer? Precisamos de fiscais competentes e honestos que não façam o jogo de pedir propinas e de proprietários de estabelecimentos que ao invés de darem a propina corrijam as deficiências de seus estabelecimentos.
Nós brasileiros, por questões de colonização, do atraso econômico e tecnológico e de muitos fatores que influenciaram a cultura e a sociedade brasileira temos pouca preocupação com a "prevenção".
Como trabalho e sempre trabalhei com  prevenção de doenças através de vacinas e outras medidas importantes de controle, percebo claramente a pouca importância que o adulto dá a esta matéria.
 A criança, nos seus dois primeiros anos de vida, como é acompanhada na puericultura por pediatra e a mãe entende a necessidade da proteção de seu filho contra doenças transmissíveis, recebe todas as vacinas indicadas para aquela idade. Porém, algumas vacinas com o tempo têm o seu poder imunológico diminuído e tornam-se necessárias doses de reforço, além do que, de tempos em tempos, surgem novas vacinas que não foram aplicadas na infância.
Atendo pessoas que vão viajar para áreas de risco e que na fase adulta não receberam nenhuma vacina e nem lembram quando foi que receberam alguma vacina.
Os médicos clínicos na sua grande maioria não internalizaram a necessidade de acompanhar e solicitar um esquema de vacinação que proteja o seu cliente adulto de determinadas doenças. Raramente perguntam pelo estado vacinal do paciente durante a consulta.
O dengue nos visita a cada temporada de calor e nunca se fala em proteção individual. Sempre a ênfase é no ambiente, o que é realmente muito importante, porém incutir no indivíduo a importância dele tomar providências também no seu próprio corpo e o de seus familiares, é fazê-lo ter consciência de como a doença se transmite e que se ela entra através de seu corpo protegendo-o ela pode ser evitada. Cobrir mais o corpo com roupa e uso de repelentes são medidas que países do primeiro mundo, que também tem doença grave transmitida por mosquitos, recomendam e dão ênfase.
Cabe a nós aproveitar este momento para chamar à razão nossos filhos e filhas, netos e netas sobre que atitude devem ter em relação a sua própria segurança. Ao entrar num ambiente fechado com número considerável de pessoas, observar onde estão as portas de emergência, perguntar ao gerente sobre equipamentos de combate ao fogo, perguntar sobre o material de revestimento usado para o controle de som alto, saber se o show vai ser pirotécnico e não entrar se não tiver garantias. Com isso, os proprietários vão tratar de seguir as regras e nós ficaremos mais tranqüilos. Eles não vão querer perder a clientela.
Já que não se pode contar com um número suficiente de fiscais, a criação de um grupo treinado, formado por pais e jovens e com respaldo legal deve poder entrar nos lugares apontados pela população e fazer uma avaliação das condições de segurança que seria repassada ao órgão da prefeitura competente para exigir reparações e emitir multa ou coisa que o valha.
Enfim, prevenir é o caminho e nunca mais aceitar negligência.

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