sexta-feira, 7 de novembro de 2014

 EPIDEMIA DE EBOLA NA ÁFRICA OCIDENTAL
A doença é causada pelo vírus do gênero Ebolavírus da família Filoviridae. É considerada uma febre hemorrágica de extrema gravidade, frequentemente fatal, sendo que 60 a 90 % dos casos evoluem para óbito. Não existe até o momento tratamento específico ou vacina.
 A transmissão se dá de 2 maneiras: do animal para o homem (morcego, chipanzé, gorila, antílope) ou de pessoa a pessoa através do contato direto com sangue e fluidos corporais da pessoa infectada. Não se transmite por via respiratória. A transmissão pelo sêmen vai até 7 semanas após a recuperação. Não há risco de transmissão no período de incubação. A doença só é transmitida de pessoa a pessoa quando já aparecem sintomas (febre e outros). A pessoa morta é uma fonte importante de transmissão, pois, a quantidade de vírus é ainda maior e nestes países os rituais com mortos são muito importantes, existindo um contato grande pois o corpo do morto é lavado, abraçado, as pessoas vestem as roupas dos mortos. Como houve a recomendação de não se realizarem os funerais e na Libéria circula um decreto do governo que ordena cremação dos defuntos, muitos casos não são levados aos hospitais o qqqque facilita mais ainda a transmissão.
A primeira epidemia de Ebola ocorreu no Zaire (atual República Democrática do Congo) em 1976. Ela foi contida num tempo relativamente curto.
Novas epidemias aconteceram em 2001 no Gabão e em 2007 no Congo, porém nenhuma delas com tamanha expansão como a epidemia atual na África Ocidental que atinge principalmente 3 países: Guiné, Serra Leoa e Libéria.
O caso zero da atual epidemia ocorreu num menino de 2 anos numa aldeia da Guiné. A criança apresentou quadro infeccioso com febre e foi a óbito. Também adoeceram uma irmã, a mãe e a avó que também faleceram.  Não houve notificação destes casos e somente algum tempo depois de ocorrerem mais casos nesta aldeia e já aparecendo casos em outros locais é que se fez o diagnóstico de ebola e que então, tiveram inicio as medidas de contenção já ineficientes, pois a epidemia se mostrava de alta transmissibilidade. A expansão para Serra Leoa se deu através de uma mulher, moradora de Serra Leoa, que participou do funeral de um curandeiro na Guiné. Na aldeia de 40 pessoas, 39 faleceram.
A epidemia superou a capacidade do precário sistema de saúde destes países. Até o dia 31 de outubro a OMS contabilizou na África, 13.567 casos e 4.951 óbitos. Acredita-se que estes números devem ser maiores  pois, muitos casos não chegam aos hospitais.


Os sintomas mais comuns são febre repentina, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e de garganta, seguida de vômitos e diarreia. Pode ocorrer erupção cutânea com prurido e hemorragias internas e externas. Evolui com comprometimento da função renal e hepática. São observados diminuição de leucócitos e plaquetas e aumento das enzimas hepáticas.
O tratamento é sintomático. Não existem ainda medicamentos específicos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a proliferação do vírus uma “emergência de saúde internacional” e considera a atual epidemia como “a mais complexa de toda a história da doença”. A OMS não determinou a proibição de comércio com as nações atingidas ou de viagens internacionais a estes locais, mas recomenda aos governos que informem aos viajantes para este destino sobre como minimizar os riscos de contaminação. Além disso, orientou sobre como detectar casos e tratá-los e que tenham planos para repatriação de cidadãos que foram expostos. Nos países afetados referendou a necessidade de submeter a exames pessoas com sintomas que passem pelos aeroportos, portos e postos fronteiriços e da aplicação de medidas efetivas de proteção dos profissionais que lidam com os doentes.
O Ministério da Saúde considera que o Brasil tem baixo risco para desenvolver uma epidemia de Ebola (todos os elementos da cadeia de transmissão estão na África - aqui não existem animais que sejam hospedeiros do ebola), porém, recomenda estreita vigilância para casos suspeitos provenientes dos países afetados. O trabalho deve ser feito de forma coordenada entre os serviços de vigilância sanitária localizados nos aeroportos e portos e os hospitais de referência no tratamento de doenças infecto contagiosas para onde seriam levados os casos suspeitos. Cada estado deve ter um hospital com este perfil onde existam leitos para isolamento. Esses leitos ficam em quartos onde o ar é filtrado e purificado. Todos estes hospitais, bem como o pessoal que atende e transporta os viajantes que necessitam remoção, dispõem de equipamentos de proteção individual que consta de avental impermeável, macacão, bota impermeável, óculos, máscara e viseira para proteção do rosto e dois pares de luvas.
A extrema pobreza, o saneamento básico muito precário, a acentuada precariedade de profissionais de saúde, bem como aspectos culturais destes países têm grande influencia na expansão e na letalidade da doença.
Uma vacina já está sendo elaborada e em fase de testes. Acredita-se que possa estar disponível no final de 2015.

domingo, 2 de novembro de 2014

FINALMENTE CHEGA AO BRASIL A VACINA CONTRA 0 HERPES ZÓSTER


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Herpes Zóster é uma infecção viral que produz uma erupção na pele extremamente dolorosa,  localizada geralmente no trajeto de nervos,  constituída de vesículas ou pequenas bolhas.
É causada pela reativação do vírus Varicela Zóster latente, que é o mesmo vírus que produz a Varicela (catapora), geralmente adquirida na infância. Somente quem teve varicela pode ter herpes zoster. O vírus da varicela permanece silencioso nas células nervosas e muitos anos depois pode ser ativado e desencadear o herpes zóster. Uma pessoa com herpes zóster não transmite a doença para outra pessoa, porém, pode transmitir varicela- isto não é muito comum.
A erupção aparece em um lado da face ou do corpo na extensão de um nervo da medula espinhal até a pele. Pode persistir por 2 a 4 semanas.
O principal sintoma é a dor que pode ser muito severa e pode se manifestar até 2 semanas antes de surgirem as lesões de pele. Outros sintomas incluem febre, dor de cabeça, calafrios e náuseas. Raramente pode complicar com pneumonia, problemas de audição, encefalite. Quando atinge o olho pode causar lesões oculares e até perda da visão.
Em alguns casos (1 entre 5) a dor intensa pode continuar após o desaparecimento das lesões de pele. É a chamada neuralgia pós herpética que na maioria das vezes se resolve em 3 meses mas, pode persistir por anos.
A doença ocorre com mais frequência em pessoas com 60 anos ou mais do que em pessoas jovens. É também comum em pessoas com o sistema imunológico fragilizado por doenças como câncer ou que fazem uso de quimioterapia ou que têm infecção por HIV.
A Vacina:
É uma vacina viva atenuada e já está sendo distribuída no Brasil.
Foi licenciada nos EUA em 2006 após estudos clínicos que mostraram que reduzia o risco em 51% das pessoas com 60 anos e mais. Tem 67% de efetividade em prevenir a neuralgia pós herpética. Também ficou demonstrado que pessoas vacinadas podem ter reduzida a intensidade da dor se tiverem a doença.
Esquema vacinal: Dose única, sub cutânea em pessoas de 50 anos e mais (recomendação do FDA e do fabricante da vacina). O ACIP (Comitê assessor de práticas de Imunização/CDC) recomenda o uso da vacina em pessoas de 60 anos e mais pelas seguintes razões: 1- A incidência da doença é menor nas pessoas de 50 a 59 nos do que nas de 60 e mais; 2- ainda é insuficiente a evidência de proteção por longa duração; 3- pessoas vacinadas com menos de 60 anos podem não estar protegidas na fase em que a incidência do zoster e suas complicações são maiores.
Administração simultânea com outras vacinas- Pode ser administrada com outras vacinas “inativadas” no mesmo dia ou em qualquer tempo antes ou depois da vacina herpes zoster.- Pode ser administrada no mesmo dia com outra “vacina viva atenuada” ou se não forem aplicadas no mesmo dia deve haver um intervalo de 4 semanas entra as duas.- Cada vacina deve ser aplicada usando seringas separadas e em locais anatômicos diferentes.
Eventos adversos: pouco comuns e principalmente locais com dor, edema e vermelhidão. Pode ocorrer dor de cabeça e febre baixa.
Contra indicações:-Alergia a algum dos componentes da vacina – gelatina e neomicina.
-Pessoas com o sistema imunológico fragilizado (imunodeprimidos) ou uso de drogas imunossupressoras como corticóides e outros.
-Gravidez e lactação
-Tuberculose ativa não tratada.
Fonte: Shingles vaccine – CDC –IAC- Vacine information statement – 10/06/2009.
-Anvisa – Bula vacina herpes zóster atenuada – Merck Sharp Dome.