quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Epidemia de cólera no Haiti - e os riscos continuam.

Milhares de pessoas estão sem teto no Haiti devido ao terremoto que ocorreu em janeiro de 2010. Essas pessoas vivem em campos ao redor das cidades, em condições sanitárias deploráveis.Não é de se estranhar a ocorrência de uma epidemia de cólera nestas condições de vida.
Até 3 de novembro de 2010, foram notificados 6.742 casos e 442 óbitos. Nos últimos 4 dias ocorreram 105 óbitos. Existem 1978 casos hospitalizados. O número de casos novos nestes últimos dias cresceu 41% e o número de óbitos, 31%. A OMS alertou que a epidemia está longe de acabar e que o Haiti deve se preparar para o pior cenário, se a epidemia atingir a capital, PortoPríncipe, de alta densidade populacional.
Pesquisadores médicos no Haiti acreditam que a fonte original da bactéria seja de algum lugar do sul da Ásia. O DNA isolado de 13 amostras de vítimas da cólera foram idênticos, mostrando que a epidemia vem de uma única cepa que comparada a outras que circulam no mundo, parece ser originária da Ásia. Novos estudos vão permitir conclusões mais precisas.
Cepas de cólera circulam em diferentes regiões do mundo devido às viagens globais de turismo e comércio. Esta cepa provavelmente deve ter sido transmitida por alimento ou água contaminados por uma pessoa infectada. O Ministro da Saúde do Haiti declarou que existe a possibilidade de que um contingente de paz das Nações Unidas proveniente do Nepal tenha trazido a bactéria para o país. Exames relizados nestes agentes não demonstraram traços de cólera.
Estes acontecimentos chamam a atenção para a vulnerabilidade das populações que vivem em condições sanitárias desfavoráveis a bactérias tao danosas com a da cólera, propiciando epidemias trágicas.
As pessoas que viajam para locais onde circula a bacteria da cólera, além dos cuidados com a água e alimentos que consomem e lavagem frequente das mãos, devem também receber a vacina contra a cólera que já existe nas clínicas de vacinação do Brasil; é uma vacina oral tomada em 2 ou 3 doses dependendo da idade, com intervalo mínimo de uma semana entre as doses.