terça-feira, 10 de abril de 2012

MENINGITE MENINGOCÓCICA- TENDÊNCIAS EPIDÊMICAS E PREVENÇÃO POR VACINAS

MENINGITE MENINGOCÓCICA- TENDÊNCIAS EPIDÊMICAS E PREVENÇÃO POR VACINAS.


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A Meningite Meningocócica é uma forma de meningite causada por uma bactéria – Neisseria meningitidis ou meningococo. Causa uma infecção grave das meninges, membranas que recobrem o cérebro e a medula.
Esta bactéria é a única com potencial para causar grandes epidemias. Doze sorogrupos de meningococos foram identificados, dos quais 6 podem causar epidemia. São eles: A, B, C, W135, X e Y.
A distribuição geográfica e o potencial epidêmico diferem de acordo com o sorogrupo.
Tendências epidêmicas
A meningite meningocócica ocorre em aglomerados espalhados no mundo com variações sazonais.
A mais alta carga de doença meningocócica ocorre na área subsaariana da África conhecida como o “cinturão africano de meningite” que vai do Senegal no oeste até a Etiópia no leste. Durante a estação seca, de dezembro a junho, ventos, noites frias e infecção do trato respiratório alto combinado com dano da mucosa nasal, aumentam o risco de doença meningocócica. Ao mesmo tempo a transmissão do meningococo pode ser facilitada pela superlotação nas casas e por grandes deslocamentos devido a peregrinos e mercados tradicionais. A combinação destes fatores explica a grande epidemia que ocorre durante a estação seca no “cinturão da meningite” que constitui uma enorme carga em saúde pública.
De 1º de janeiro a 11 de março de 2012, foram notificadas 6.685 casos suspeitos com 639 óbitos em países da África que fazem parte do chamado Cinturão Africano de Meningite: Benin, Burkina Faso, Chad, Côte d’Ivoire (África Sub Saariana). A maioria dos surtos foi causada pelo sorogrupo W135, diferente do que sempre ocorria nesta região onde o sorogrupo A tem sido, há muito tempo, o sorogrupo predominante. Apenas o Chad apresenta ainda predomínio do sorogrupo A.
O “Grupo Coordenador Internacional (ICG) de Provisão de Vacina para controle da Meningite” já tomou providências para vacinação em massa destas áreas acometidas.
No Brasil, tivemos nos últimos anos da década de 80 e durante quase toda a década de 90, um curso epidêmico da doença com predomínio claro do meningococo B, entremeado em 94 e 95 por surtos epidêmicos do meningococo C em adolescentes e adultos jovens. Desde o final da década de 90 e durante os anos 2000, a meningite meningocócica tem se mostrado endêmica, havendo nos últimos anos um franco predomínio do sorogrupo C. O sorogrupo A não tem sido identificado.
PREVENÇÃO – existem 3 tipos de vacinas:
1-Vacinas polissacarídicas- usadas há mais de 30 anos:
– Bivalente para os grupos A e C- utilizada na década de 70 quando ocorreu importante epidemia no Brasil pelo meningococo A.
– Trivalente – para A,C e W
– Tetravalente para A,C, Y, W135
2- Vacinas para o sorogrupo B- Usadas principalmente em Cuba, Nova Zelândia e Noruega.
Utilizam proteínas da membrana externa e cepas específicas para controlar epidemias específicas. Novas vacinas para o sorogrupo B estão em avançados estágios de desenvolvimento.
3- Vacinas conjugadas:
• Vacina conjugada contra o sorogrupo C- tem sido disponível desde 1999 e amplamente usada, principalmente na Europa e nas Américas.
• Vacina tetravalente A,C,Y e W135 – vacina conjugada, licenciada desde 2005 para uso em crianças e adultos no Canadá, EUA e Europa. Licenciada para uso no Brasil a partir de 2011. Tem grande utilidade para viajantes que se deslocam para áreas endêmicas e epidêmicas.
• Nova vacina meningocócica A, conjugada – Em dezembro de 2010 foi introduzida em Burkina Faso e em algumas regiões de Mali e Niger. Subseqüentemente estes países notificaram os mais baixos números de meningite A como nunca houve numa estação epidêmica.
Outros países do cinturão africano – Cameroon, Chad e Nigéria introduziram esta vacina em 2011 em regiões selecionadas.
Vantagens das vacinas conjugadas sobre as vacinas polissacarídicas:
- induzem resposta imune mais alta e mais sustentável.
- reduzem a taxa de portador na garganta e com isso a transmissão.
-conferem proteção duradoura não somente para os vacinados, mas também para os membros da família e outros.
-são efetivas em proteger crianças abaixo de 2 anos de idade que não respondem às vacinas polissacarídicas.
Com a introdução da vacina conjugada A nos países do cinturão africano, a OMS promove em conjunto uma estratégia combinada de “preparação epidêmica, prevenção e resposta”, mas que deve ser adotada em todos os locais de ocorrência de epidemias.
Preparação- com foco na vigilância, desde detecção do caso até investigação e confirmação laboratorial.
Prevenção – vacinar todas as pessoas suscetíveis; no caso dos países africanos seriam as de 1 a 29 anos.
Resposta epidemiológica- consiste no manejo imediato do caso com uso de antibióticos e vacinação em massa da população.
P.S.- Publicado originalmente pela autora no site:www.prophylaxis.com.br

GRIPE-A MELHOR PROTEÇÃO É A VACINAÇÃO

GRIPE-A MELHOR PROTEÇÃO É A VACINAÇÃO


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A Gripe é uma doença respiratória causada pelos vírus influenza. Pode causar doença leve, moderada ou grave. Possui sazonalidade, ocorrendo mais nos meses de inverno.
O vírus da influenza apresenta vários subtipos diferentes que circulam a cada ano em vários lugares do mundo produzindo a gripe ou influenza sazonal.
O quadro clínico é característico: sintomas respiratórios (dor de garganta, tosse, coriza) e febre. A evolução geralmente é para a cura. Nos chamados grupos de risco – idosos, crianças com menos de 2 anos, gestantes e imunodeprimidos- pode ocorrer complicação; a mais freqüente é a pneumonia que eventualmente pode causar um quadro muito grave com insuficiência respiratória, podendo levar à morte.
Em 2009, um novo e diferente vírus, produzido por mutação em suínos – A /H1N1 - disseminou-se no mundo causando uma gripe pandêmica com casos graves em pessoas jovens, gestantes e menores de 2 anos.
Após vacinação de massa no mundo com uma vacina específica para o A /H1N1, houve uma drástica redução do número de casos e em agosto de 2010, a Organização Mundial da Saúde declarou o fim da pandemia, porém este vírus continua circulando em alguns países. (Ver neste site, página inicial: “influenza-atualização global”)

Vacina da gripe
A vacina contra a gripe é uma vacina inativada e atualmente recomendada para todas as pessoas a partir de 6 meses de idade (universalização da vacina), incluindo pessoas saudáveis e com condições médicas crônicas. Esta decisão está baseada na certeza de que a vacina contra a Influenza é segura e eficaz, com potencial benefício para todas as idades.
O ACIP (Comitê Assessor em Práticas de Imunização/VDC/US), através de pesquisa internacional, define anualmente quais tipos e cepas do vírus influenza estão circulando predominantemente em cada hemisfério, definindo assim a formulação da vacina para cada ano e hemisfério.

Composição da vacina para o hemisfério sul, estação 2012:
. vírus A/ California/7/2009 (H1N1)
. vírus A/ Perth/16/2009 (H3N2)
. vírus B/ Brisbane/60/2008

Quando receber a vacina
A vacinação deve ser feita prioritariamente antes do inverno. No hemisfério sul, deve iniciar em março (ou tão logo a vacina atualizada esteja disponível) e deve continuar durante toda a estação, cuja duração é variável.

Quem deve ser vacinado
A vacina é atualmente recomendada para toda pessoa a partir de 6 meses de idade. É especialmente importante para os grupos que apresentam alto risco de desenvolver complicações graves. São eles:
< Mulheres grávidas
< Crianças menores de 5 anos, em especial as menores de 2 anos
< Pessoas de 60 anos ou mais
< Pessoas de qualquer idade com certas condições médicas crônicas
< Pessoas que vivem em abrigos
< Pessoas que convivem ou cuidam dos grupos considerados de alta prioridade para vacinação, incluindo: profissionais de saúde e educação, contatos familiares de pessoas de alto risco, familiares ou cuidadores de creche que lidam com crianças com menos de 6 meses de idade.

Quem não deve ser vacinado
< Pessoa com alergia grave a ovo de galinha.
< Pessoa que tenha tido reação grave à vacina da influenza numa aplicação anterior.
< Crianças menores de seis meses de idade.
< Pessoa que desenvolveu Síndrome de Guillain-Barré dentro de 6 semanas após a aplicação de uma dose anterior da vacina.
< Pessoas com doença moderada ou grave com febre - devem adiar a vacinação até que estejam recuperadas.

Eventos adversos
Os vírus que compõem a vacina estão mortos (inativados), portanto a pessoa que recebe a vacina não tem a possibilidade de desenvolver Gripe.
As reações mais comuns são:
< Dor, edema e vermelhidão no local da aplicação
< Febre baixa ou moderada
< Dores musculares
Estes eventos podem ocorrer logo após a aplicação da vacina e geralmente duram 1 a 2 dias, com resolução espontânea.
Encontra-se disponível em todas as unidades da rede Prophylaxis, desde 15 de março, a vacina para a estação da gripe de 2012. Todas as pessoas, a partir de 6 meses de idade, devem receber a vacina anualmente.

Medidas preventivas:
-Higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool gel, principalmente depois de tossir ou espirrar, depois de usar o banheiro, antes de comer, antes de tocar os olhos, a boca e o nariz
– Evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies potencialmente contaminadas, como corrimãos, maçanetas, etc.
– Evitar proteger a tosse e o espirro com as mãos utilizando preferencialmente lenço de papel descartável.
- Pessoas com síndrome gripal devem evitar contato direto com outras pessoas, aglomerações e ambientes coletivos.