segunda-feira, 16 de julho de 2012

COQUELUCHE, UMA DOENÇA REEMERGENTE- NOVAS RECOMENDAÇÕES

 Atualmente a coqueluche tem sido considerada uma doença reemergente. Em alguns países desenvolvidos, com alta cobertura vacinal, a doença tem ressurgido. Há relatos de aumento de incidência especialmente entre adolescentes e adultos jovens. Na França, estudos recentes evidenciaram casos de coqueluche em crianças cujas fontes de infecção foram pais, irmãos adolescentes, avós e babás. Na Califórnia, em 2010, ocorreu epidemia com 9.100 casos e 11 óbitos em bebês.
A vacina utilizada para prevenir a coqueluche é a "tríplice bacteriana" que além de proteger contra a coqueluche também protege contra tétano e difteria.
Em 1973, com a instituição do PNI (ProgramaNacional de Imunização), quando esta vacina  passou a ser preconizada para crianças menores de 7 anos, houve um declínio da incidência da coqueluche, com queda acentuada principalmente a partir de 1983. Após a introdução da vacina tríplice bacteriana acelular de teor reduzido ela passou a ser indicada para adolescentes entre 11 a 12 anos e adultos.
A faixa etária de maior risco é a de menores de 1 ano. A letalidade também é mais elevada neste grupo etário, principalmente nos menores de 6 meses.
Com o aumento da incidência indicando uma reemergencia da doença, fato este também observado no Brasil (dados do SINAN/MS: 427 casos em 2010- 80% em menores de 1 ano), houve uma reunião do Comitê Assessor de Práticas de Imunização do CDC(ACIP) com a Academia Americana de Pediatria em 27 de setembro de 2011 para revisão das recomendações.

Novas recomendações sobre a vacina tríplice bacteriana acelular uso adulto (dTap)
Em 27 de setembro de 2011 o Comitê Assessor de Práticas de Imunização do CDC (ACIP) e a Academia Americana de Pediatria (AAP) fizeram uma revisão de suas recomendações sobre o uso da vacina tríplice bacteriana acelular do adolescente e do adulto (dTap).
O “Grupo de Pertussis do ACIP” baseou estas recomendações em estudos publicados sobre a imunogenicidade e segurança da vacina, em ensaios sobre a vacina e em experiências clínicas. Também revisaram a epidemiologia atual do Pertussis.

Principais recomendações:
1- Baseado na revisão do comitê de ensaios clínicos e outros estudos que não citam excesso de reações adversas quando a dTpa é aplicada num período curto após a aplicação do toxóide tetânico e diftérico, a recomendação é “não existir mais intervalo mínimo entre a administração da dupla adulto-dT- (difteria/tétano) e a dTap”.

2- Para proteger pessoas suscetíveis ao pertussis, a AAP e o CDC recomendam “uma simples dose de dTap para crianças entre 7 a 10 anos que são subimunizadas”, isto é, que não receberam a série total recomendada de DTaP ou DTP antes dos 7 anos ou que têm uma história vacinal incompleta ou desconhecida.

3- “Mulheres grávidas de qualquer idade devem receber dTap”, pois a mãe fica protegida desenvolvendo anticorpos que serão transferidos para o bebê.

4- A idade de recomendação para a dTap é agora “extendida para pessoas de 65 anos ou mais que têm contato com crianças menores de 12 meses”, como avós, cuidadores, etc.

5- Continua a recomendação para “vacinação de adolescentes, inclusive adolescentes grávidas”. A dose do adolescente deve preferencialmente ser dada entre 11 a 12 anos”.

6- “Uma simples dose de dTap deve ser dada para adultos de qualquer idade que não tenham recebido dTap previamente”.

Esquema padrão da vacina tríplice bacteriana:
- 2, 4 e 6 meses
- 1º reforço- de 15 a 18 meses.
- 2º reforço – 4 a 6 anos
- dTap – 11-12 anos. A dTap agora está aprovada para 7 anos e mais.
Está também sendo estendida a faixa etária para pessoas de 65 anos e mais e trabalhadores de saúde de todas as idades.

Coqueluche doença:

Coqueluche também conhecida como tosse comprida é uma doença altamente contagiosa que causa episódios de tosse violentos e graves. O agente etiológico é a bactéria Bordetella Pertussis. Embora, atualmente, adolescentes e adultos sejam freqüentemente afetados, lactentes muito novos, ainda não completamente imunizados, podem contrair a infecção geralmente transmitida por um membro da família e evoluir com um quadro grave, que pode levar ao óbito.
Com a instituição dos programas de vacinação, a incidência diminuiu muito, ocorrendo uma redução de mais de 90%. Ainda assim, a doença permanece endêmica com picos epidêmicos a cada 3 a 5 anos.
Importante : A eficácia da vacina é de 80 a 85% após 3 doses. Com uma ou 2 doses, a eficácia é mais baixa. Importante que pais de crianças ou todos que vivem com as crianças estejam protegidos para pertussis.
PS- Publicado originalmente pela autora no site http://www.prophylaxis.com.br/

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