domingo, 20 de novembro de 2011

E eu doutor, que vacina devo tomar?

Com certa freqüência, os noticiários mostram doenças infecciosas que se consideravam próprias da infância acometendo adultos, muitas vezes com gravidade e até levando ao óbito. A maioria destas doenças é prevenível por vacinas.

Muito raramente os médicos que atendem adultos perguntam pelo estado vacinal do seu paciente ou indicam aplicação de vacinas.

Algumas vacinas necessitam ser repetidas em intervalos regulares, como as do tétano e da difteria, que com o tempo vão perdendo a capacidade de proteção e a cada 10 anos devem ser renovadas.

É comum o adulto ter dúvidas se teve a doença, ou se tomou a vacina. Cadernetas de vacinação geralmente são perdidas e não existe no seu prontuário médico, ao contrário do prontuário da criança, qualquer informação sobre vacinas.

Doenças, como o sarampo, têm atingido países do primeiro mundo e contaminado adultos não vacinados que viajam e trazem o risco da reintrodução do vírus, que no Brasil já está sendo considerado eliminado.

A coqueluche tem feito vítimas fatais em crianças muito pequenas ainda não vacinadas ou com vacinação incompleta e estudos mostram que a transmissão para estas crianças se dá principalmente por intermédio de pais, irmãos adolescentes, avôs e babás.

A Hepatite B, depois de muitas campanhas gerenciadas pelo Ministério da Saúde apontando a transmissão sexual, talvez seja a vacina que mais os adultos informam terem recebido. Também foi realizada no Brasil, em 2007, a campanha de vacinação contra a rubéola para o adulto jovem que apesar de grande resistência, alcançou muito boa cobertura, mas dificilmente este jovem guarda consigo o comprovante ou sabe informar qual vacina tomou.

A vacina da gripe e a vacina tríplice bacteriana acelular do adulto, dTap (difteria, tétano e coqueluche) tem importante recomendação para mulheres grávidas.

O Brasil, devido à cobertura vacinal obtida com a “campanha nacional de vacinação contra influenza”, passou pela estação da gripe (inverno) sem maiores problemas, enquanto que no hemisfério norte (EUA e Europa), onde a cobertura foi baixa, ocorreu no inverno de 2010/2011 epidemia de influenza com casos graves e óbitos, principalmente em gestantes, crianças pequenas e adultos jovens.

Esperamos atingir um tempo em que o médico clínico internalize a necessidade de deter o conhecimento sobre vacinas e de proteger os seus pacientes com a simples indicação de uma vacina.

Investimentos baseados em informação e divulgação para o público adulto sobre a necessidade e a importância das vacinas para esta faixa etária, talvez possa mudar este quadro invertendo o paradigma, quando o paciente surpreenderá seu médico com a pergunta: Doutor qual é a vacina que devo tomar hoje?
PS - Publicado originalmente pela autora no site:www.prophylaxis.com.br

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