quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

MALÁRIA - como se proteger em viagens para locais de risco

A notícia recente da morte por malária de uma bióloga brasileira, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonia, no Gabão (África) mostra a importância do atendimento ao viajante por um serviço de medicina de viagem. Hoje, cada vez mais, as pessoas viajam para regiões da África e Ásia para viagens de turismo, além das viagens a trabalho ou pesquisa como foi o caso desta bióloga. Não existe ainda na cultura do viajante a consciência de que viagens, para que sejam prazeirosas ou eficazes naquilo que se propõem, demandam cuidados muito importantes. O viajante pensa que basta ter a vacina da Febre Amarela e ele pode viajar com segurança.
A malária é doença febril grave causada por um parasita chamado Plasmodium. É doença que pode matar rapidamente se não diagnosticada e tratada precocemente. São 4 espécies de Plasmodium: P.vivax, P.falciparum (é o que produz casos mais graves e responsável pela maioria das mortes no mundo), P.ovale e o P. malariae.
Transmissão - A transmissão se dá através da picada do mosquito do gênero Anophelles que existe em abundância em várias regiões de países de clima tropical.O horário de maior atividade é do por do sol ao amanhecer sendo que o pico de atividade se dá às 2h da manhã, logo é muito importante a proteção durante o sono.
Distribuição - 88 países estão classificados como áreas de transmissão, a grande maioria na faixa tropical do planeta, compreendendo a maioria dos países africanos localizados abaixo do deserto do Saara, países da América Central e do Caribe, países amazônicos da América do Sul, países do centro, sul e sudeste da Ásia, do Oriente médio e do extremo oriente (China). No Brasil as áreas de risco de transmissão estão nos estados da Amazonia Legal (Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima), além das regiões do oeste do Maranhão, Noroeste do Tocantins e norte do Mato Grosso.
Sintomas- O principal sintoma é a febre, associada ou não a tremores, calafrios, sudorese intensa, dor de cabeça e dor muscular. Outros sintomas são vômitos, diarréia, , dor abdominal, tonteira e cansaço. Pode comprometer fígado, rim e cérebro (casos graves).
Prevenção - Não existe vacina para malária. Previne-se evitando a picada do mosquito e com o uso de medicamentos profiláticos.
Prevenção a picada de mosquito - deve ser feita com repelentes na base de DEET ou picardina com concentrações que permitam proteção por 10 horas. Em hospedagens ou alojamentos sem ar condicionado, usar, à noite, mosqueteiros embebidos em permetrina (inseticida). O uso de roupas claras, com mangas compridas, calças compridas, tenis ou botas e meias é mais um fator importante de proteção.
A quimioprofilaxia com medicamentos específicos não impede que a pessoa seja infectada quando picada pelo mosquito transmisssor, porém, previne a evolução da doença para formas graves. Para isso o viajante deve ser orientado pelo serviço de medicina de viagem que vai avaliar os cuidados a serem prescritos levando em conta o tempo em que ele vai permanecer no local de risco, as condições de hospedagem (hotel com ar condicionado ou não, acampamento,casa de parentes ou amigos, etc.), se vai ficar numa cidade grande ou em áreas rurais ou de floresta, o tipo de atividade que vai exercer (trabalho em escritório, pesquisa em locais de mata e florestas, safaris, escaladas,etc.).
Muito importante é saber se no local existe possibilidade de atendimento médico em 24h. Se o viajante for permanecer longe de hospitais indica-se o auto tratamento, isto é, ele leva consigo um kit tratamento que inicia aos primeiros sinais de febre.
No caso da bióloga brasileira, pelo que foi noticiado, houve demora no diagnóstico pois a equipe de pesquisa encontrava-se em local de difícil acesso, tendo havido demora no atendimento.
Meri Baran

3 comentários:

  1. Dra. Meri,

    Essa interessante matéria me fez lembrar a época em que atuava como auxiliar de pesquisas, viajando com um grupo de militares americanos do Walter Reed Army Institute of Research . Eles ficavam sediados no Instituto de Biologia do Exército, onde servi como Oficial Temporário durante vários anos. Íamos com alguma freqüência para Rondônia, numa cidade fronteiriça com a Bolívia chamada Costa Marques. Naquela localidade servíamos como iscas humanas para atrair e capturar anofelinos. No meio da mata levantávamos a calça até deixar os tornozelos à mostra e, com um capturador de Castro, sugávamos os mosquitos e os acondicionávamos em caixas especiais para posterior remessa dos espécimes vivos ao laboratório de entomologia lá localizado. Claro que muitos deles chegavam a nos picar. Eu, que obviamente não podia utilizar repelentes, por sorte nunca contraí Malária.

    Um abraço fraterno deste seu fã.

    Mauro Blanco Brandolini.

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  2. Prezada Dr. Meri Baran,

    Meu nome é Camila Batista e eu sou repórter da TV PUC-Rio, que faz parte
    do Núcleo de TV do Projeto Comunicar/ PUC-Rio, que produz quatro
    programas para o Canal Universitário do Rio de Janeiro (UTV- Canal 11
    NET), e que também são veiculados pelo Canal Universitário de São
    Paulo(CNU - Canal 11 NET e 71 TVA).
    Estou produzindo um programa, chamado "CONTRAPONTO", sobre vacinação.
    Gostaria, portanto, de convidar a senhora para falar sobre o Calendário
    báscio de vacinação brasileiro, sobre doenças como a poliomielite,
    erradicadas do país graças às vacinas, e também sobre duas vacinas que
    passam a fazer parte das vacinas oferecidas na rede pública de saúde
    neste ano: e pneumocócica 10-valente e a anti-meningococo C.
    A senhora se sente confortável de falar sobre esses assuntos?

    O nosso programa (chamado "CONTRAPONTO") dura trinta minutos e tem 3 blocos
    (cada bloco com 10 minutos, em média). Ele é gravado no estúdio da TV, no
    campus da PUC-Rio na Gávea.

    A data de gravação será no dia 28/04 (quarta-feira da próxima
    semana), às 17h, na PUC-Rio (5ºandar do Edifício Kennedy/ R. Marquês de
    São Vicente/225, Gávea, Rio de Janeiro.)

    Penso que a sua presença enriqueceria muito o nosso debate sobre saúde
    pública e vacinação.
    Muito Obrigada,

    Lembramos que somos uma instituição sem fins lucrativos e toda a nossa
    programação tem caráter exclusivamente cultural e educativo.

    Atenciosamente,


    Camila Batista
    Repórter TV PUC-Rio
    (21) 3527-1143 - ramal: 2262
    (21) 8030-6353


    producaotvpuc@puc-rio.br

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  3. Camila desculpe. Só hoje vi seu comentário. Como este artigo é mais antigo eu não fiquei revisando os comentários, o que é um erro meu. O program será amanhã e eu até posso participar mas certamente você já deve ter completado esta programação. Um abraço
    meri

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