quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Onda de calor - perigo para os idosos

Hoje não vou falar de assunto referente a medicina de viagem, mas de um assunto que vem me preocupando que é a "doença relacionada ao calor.
Ondas de calor, como a que ocorreu aqui na Cidade do Rio de Janeiro na semana passada, devem-se constituir num alerta para pessoas que têm parentes muito idosos ou cuidam de idosos. Estudos indicam que estes são os mais vulneráveis às ondas de calor, com 82 a 92% mais mortes do que a média desta faixa etária.
Geralmente o idoso acamado, ou aquele que tem alguma doença de base,ou aquele que já tem suas atividades diminuidas não percebe as sensações de calor como a maioria das pessoas. É comum ver o idoso agasalhado em pleno dia escaldante de 40ºC. Não gosta de vento nem de ar condicionado, acha que faz mal a saúde. Da mesma forma ele pode também não manifestar sede e só bebe água se oferecerem com insistência. A capacidade de detectar o calor é reduzida e a resposta fisiológica ao calor com distribuição adequada de sangue e suor para resfriar o corpo é mais lenta, podendo levar a um quadro de doença relacionada ao calor, que pode evoluir com desidratação grave, havendo necessidade de internação para hidratação venosa
Em 1980, uma forte onda de calor atingiu os EUA e produziu 1.700 óbitos. No verão de 1988 e também no de 1998, na cidade do Rio de Janeiro, ocorreu um número importante de óbitos por "doença relacionada ao calor". A onda de calor na Europa em 2003 foi responsável por mais de 14 mil mortes na França, 4,2 mil na Itália, 2 mil em Portugal e 2 mil no Reino Unido. A maioria das vítimas francesas morreu por desidratação e o sistema público/privado da França não estava preparado para atender a milhares de casos simultâneos de desidratação.
Vários fatores afetam a capacidade do corpo de esfriar a si mesmo durante temperaturas extremas: idade avançada, alta umidade do ar, obesidade, febre, doença cardíaca, insolação e uso de drogas e álcool.
As pessoas de grupos socio econômicos com menor poder aquisitivo, baixos níveis de escolaridade e aqueles em situação de isolamento social também tem risco maior de mortalidade.
Sinais de alarme: temperatura corporal acima de 40º; pulso rápido, forte,;cefaléia; fraqueza; náusea; confusão mental, distúrbio de consciência. Este quadro pode ser confundido com um quadro infeccioso já que a pessoa apresenta febre alta.
Conduta:resfriar a pessoa usando o método que estiver disponível e que for possível diante das condições dela: imersão em água, chuveiro, esponja com água fria; colocar a pessoa em ambiente ventilado, se possível com ar condicionado; monitorar a temperatura corporal e se não houver melhora em pouco tempo, levar a um serviço de emergência o mais rápido possível.
O ar condicionado está associado a uma redução do risco de 80% e os ventiladores a uma redução de 30%.
Meri Baran

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