quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Medicina de Viagem

A Organização Mundial do Turismo – OMT – estima que, no ano de 2006, o fluxo de turistas internacionais foi de 842 milhões, sendo que, 402 milhões (50%) viajaram por prazer, férias e recreação, 125 milhões (16%) a negócios, 212 milhões (25%) para visitar amigos e parentes, motivos de saúde e religiosos e mais de 7 milhões (9%) para estudar. Estatísticas indicam que já somam 1,5 milhão de estudantes com ensino médio completo por ano no mundo, que buscam uma instituição de ensino no exterior.
De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 900 milhões de viagens internacionais foram realizadas em 2008. De um total de 50 milhões de viajantes a países em desenvolvimento, quatro milhões (8%) precisam de atendimento médico durante ou após a viagem.
Os elementos-chave mais importantes para determinar o risco para os viajantes estão relacionados com: destino da viagem; hospedagem e acesso aos serviços básicos de higiene; saneamento básico; manipulação adequada dos alimentos; duração da viagem e estação do ano; comportamento e estilo de vida do viajante.
As pessoas quando viajam expoem-se a riscos, pois ao deixarem seu meio ambiente habitual deparam-se com variações de altitude, umidade, temperatura, variadas condições sanitárias e diferentes microorganismos, principalmente vírus e bactérias, que podem gerar prejuízo direto à saúde e ao mesmo tempo favorecerem também a propagação de doenças.
A Medicina de Viagem surgiu como especialidade no final da década de 70 na Europa Ocidental e EUA, tendo como objetivo primário proteger a saúde do viajante, reduzindo as oportunidades de adoecimento.
Em 1990 foi criada a International Society of Travel Medicine (ISTM) e só em 2008 foi criada a Sociedade Brasileira de Medicina de Viagem, embora já houvessem alguns serviços funcionando no Brasil a partir da segunda metade da década de 90.
O serviço de Medicina de Viagem pode proporcionar ao viajante informações sobre o local de destino e medidas de prevenção que devem ser adotadas antes e durante sua viagem. A equipe destes serviços é constituida por médicos e profissionais de enfermagem.
É importante que o atendimento se dê pelo menos 4 a 6 semanas e no mínimo 10 a 15 dias antes da viagem, para que as vacinas necessárias possam ser aplicadas,pois algumas vacinas devem ser aplicadas em mais de uma dose. A única vacina obrigatória internacionalmente é a da Febre Amarela. Vacinas habituais (tétano/difteria, tríplice viral, hepatite B, influenza, varicela) devem ser checadas e se necessário atualizadas. De grande importância são as vacinas recomendadas de acordo com o destino da viagem: febre tifóide, hepatite A, cólera, poliomielite, anti- meningocócica, raiva. Para a malária, doença grave, não existe vacina, mas dependendo do destino e das condições de alojamento o viajante deve levar medicamento preventivo.
Muito importantes são as orientações sobre como se proteger de picadas de insetos que transmitem doenças como a febre amarela, malária, dengue e outras, conhecendo o uso de repelentes apropriados, mosqueteiros e outros cuidados. Igualmente importantes são os cuidados com alimentos, água de consumo e hábitos de higiene pessoal evitando assim a famosa “diarréia dos viajantes”, hepatite A e outras.
Orientações também sobre prevenção da gripe suina, mudanças de altitude e de fuso horário (jet lag), bem como, prevenção da trombose venosa profunda são importantes, porque estas situações podem gerar sintomas desagradáveis.
A Medicina de Viagem foi criada com o intuito de proporcionar ao viajante, seja qual for o objetivo de sua viagem, que a mesma seja prazeirosa, afastando ao máximo possibilidades de adoecimento.


Meri Baran
Especialista em Saúde Pública /Epidemiologia

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